Aquele local deserto e paradisíaco...

Bato à porta mas ninguém atende. Decido esperar no intuito de encontrar o que procuro e desejo-o muito. Sempre me disseram que se quisermos algo, bastava desejá-lo com muita força e que esse momento concretizar-se-ia. No fundo sinto que isto é verdade mas por vezes torna-se difícil. Paredes que nós próprios contruímos dificultam o caminho que gostaríamos de percorrer. Seremos nós próprios os nossos maiores inimigos?

Nada aconteceu. Virei e contornei a casa. Ao caminhar sinto o estalar da caruma nos meus pés descalços e o vento quente cada vez mais forte. Continuo sem olhar para trás, porque sinto que este é o caminho certo. Oiço vozes, mas não consigo entender o que dizem, elas são abafadas pela música que provem de uma caixa de música antiga. Continuo a caminhar mas a parede da casa parece não ter fim. O som da música aproxima-se. As vozes também. O coração começa a bater mais forte... não consigo entender muito bem porquê! Finalmente consigo ver onde a parede termina. Vou finalmente poder ver a cara daquela voz familiar mas que por um motivo qualquer, não consigo identificar. Contorno a esquina da casa e olho para ti. Tu sorris e apontas o dedo para cima, na direcção do sol. Sigo o teu sinal e os meus olhos ficam encadeados com tanta luminosidade. Sou transportada para o tempo onde passava férias naquele local deserto e paradisíaco onde um dia, quem sabe, faça todo o sentido lá voltar porque te tenho ali ao meu lado.